A noite de sexta-feira, dia 29 de Agosto, foi diferente do comum. No programa estava uma ida à Quinta da Regaleira, em Sintra, para assistir à peça “Folia! Tu és isso”. Esta peça é uma nova versão da que já no ano passado, também por esta altura de verão, esteve no mesmo cenário: “Folia! Mistério de uma noite de Pentecostes”.
Trata-se de “uma recriação dos momentos fundamentais da Festa do Espírito Santo, desde a sua origem medieval, refundada pela Rainha Santa Isabel, até à actualidade, tal como ainda se celebra no Penedo, nos Açores, no Brasil e nas comunidades de emigrantes americanos. Tendo conhecido, desde o século XIII ao XVI, uma invulgarmente rápida e vasta expansão, no continente, ilhas e colónias – sendo mesmo celebrada a bordo das naus da Índia – , a Festa foi considerada por Jaime Cortesão, António Quadros, Natália Correia, Lima de Freitas e Agostinho da Silva um dos fenómenos mais específicos e simbolicamente emblemáticos da cultura portuguesa e lusófona e da sua vocação ecuménica e universalista.”
Mais do que estar ligada a uma qualquer religião (apesar da óbvia influência cristã), esta tradição parece ser nascida de uma certa espiritualidade popular, numa relação entre o religioso e o profano.
Há momentos que são talvez um pouco difíceis de perceber para o comum dos espectadores, mas o livrinho fornecido ajuda na interpretação do que está a acontecer.
A Quinta da Regaleira é, talvez, o único sítio onde a peça faz todo o sentido, onde ela fica completa, porque parece respirar-se ali um ar diferente, que naturalmente nos predispõe para a experiência que durante essa noite vivemos. Há um constante encantamento no ar! Cada momento, cada caminhada entre os locais dos vários actos, a música das gaitas de foles a ecoar pela noite, cada som, cada cheiro, nos envolvem mais e mais numa atmosfera um pouco mágica, onde às tantas sentimos que não nos iremos surpreender se fadas e gnomos começarem a sair detrás das pedras…
O Bodo comunitário é o momento alto da festa! Come-se, bebe-se, ri-se bastante… e dança-se! Dança-se já totalmente submergido no espírito da magia e da alegria contagiante… Dança-se como se naquele momento já pouco ou nada existisse fora daquele espaço, como se já não houvesse mais ninguém a não ser as pessoas que ali nos acompanham, a pessoa cuja mão seguramos enquanto damos voltas e voltas ao som da música, ou o par que seguramos pelo braço e partilha connosco os 16 passos para a frente, volta, mais 16 passos, 8 batidas do pé direito frente a frente, mais 8 do pé esquerdo e três meias-voltas da dança final.
“Haja Folia” é talvez a frase mais ouvida da noite… e, de facto, depois da preparação necessária, de deixarmos os nossos nomes e proveniências lá fora, de sermos libertados da condição de prisioneiros... o que se vive é Folia!
Uma noite mágica, a recordar por muito tempo, sem dúvida! Saboreando aos poucos os vários momentos vividos e apreciando a companhia de quem embarcou comigo naquela verdadeira viagem.
Que haja sempre Folia!!!
De Marta Rodrigues a 2 de Setembro de 2008 às 16:41
Essa do '..momentos que são talvez um pouco difíceis de perceber para o comum dos espectadores, mas o livrinho fornecido ajuda...' era alguma indirecta?!?!?!?!? É que se não fosse eu e o meu livrinho ninguém percebia um.... Lololol!!!!
De
Nuno a 5 de Setembro de 2008 às 20:43
Hehe... Não era, mas pode ser!!! Eu não olhei para o teu livrinho e percebi! ahahaha!!! :-P
De Carlos Calmão a 5 de Setembro de 2008 às 20:33
Olá Cascão...Pelo que posso perceber, de facto era dia de Folia...E não pela peça em sim, ou por livrinhos mágicos que ajudam quem quer que seja a perceber, mas sim pelos efeitos do Micro Clima de Sintra...A zonas que são misticas, e que nos fazem ser misticos e acreditar no "até ao infinito e mais além..." T(...)
Entrentanto tive a ler outros post e isto tá mto fixe...Afinal és um tipo da linha que ainda vai prestando para algo...E antes que a Marta se revolte com mais um post ela tb o é...neste caso, uma Menina da Linha que é "Linda".
Um forte abraço e até ao próximo post ou quem sabe raide das F.A.M.S ;)
De
Nuno a 5 de Setembro de 2008 às 20:40
Ora muito obrigado, amigo calmão!
De facto não é fácil um tipo da linha prestar para alguma coisa, mas cá vou tentando!! ;-)
De facto, aquele micro-clima e as zonas místicas fazem maravilhas... especialmente quando a companhia é boa! ;-P
Um abraço (e fico à espera do próximo raide!!)
De Cláudia a 13 de Outubro de 2008 às 22:23
Pois muito bem, Haja Folia! Bem sei que já passou algum tempo, mas... a Folia haverá sempre que a mística nos deixar que haja. E sim, a parte das grutas, do brinde, da dança!... Sim, viva a festa, o barulho, o mexermo-nos porque sexta feira à noite... pode ser muito duro! :)
De
Nuno a 21 de Outubro de 2008 às 13:07
A Folia estará sempre presente... basta que a queiramos tornar real: Tu és isso!
Quando é que voltamos à Regaleira, desta vez para conhecer a fundo?
A sexta-feira à noite pode, de facto, ser duro, muito duro... mas temos de sucumbir mais vezes à Folia e partir em busca da festa, do barulho, da dança, do mexermo-nos. Haja sempre Folia!
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