Começar de novo é das coisas mais difíceis da vida...
Deixar as coisas do passado (boas e más) para trás é quase impossível...
No entanto é algo inevitável na vida de todos. Chega sempre um momento onde, perante a inevitabilidade do decorrer do tempo e a impossibilidade de voltar atrás, somos confrontados com as duas únicas opções possíveis: continuar a arrastar-se até ao fundo do precipício, de onde nunca mais se consegue sair, ou tentar levantar um pouquinho os olhos, respirar fundo e tentar, muito devagarinho, voltar a encarar a vida de pé (por muito que aquela mazela nos faça ficar a coxear até ao fim da vida).
O coxear já ninguém me tira. Simplesmente já não é possível. Quando algo nos foi tão profundamente querido e depois nos é tirado de uma forma tão agonizantemente dolorosa, isso fica-nos tatuado cá dentro.
Mas também ninguém me pode tirar a vontade de me voltar a levantar. Por muito doloroso que seja o processo! Por muitas vezes que volte a cair, quando até parecia que já tinha descoberto uma maneira de me pôr de pé.
Talvez o sentimento de estar de pé nunca mais volte a ser o mesmo (afinal de contas o coxear está sempre lá!), mas será certamente melhor do que não estar. E, no fim de contas, quem disse que não se pode ser verdadeiramente feliz mesmo coxo? Talvez seja mesmo tudo uma questão de aprender a viver com isso...